Abelissauro é o t-rex brasileiro. Às vezes, autistanto!

domingo, 26 de maio de 2013

a ilusão do olho invertido

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Numa suave. A tal da nave.
Repetindo:
mão no coco, oco do mundo!

Tomando o away,
é foda! Como dizemos:
Uh, aceita! É a ordem.

No ritmo, uma cadência,
pois tudo que queremos:
é o pão e o circo.

Não se ignore, pois
é muito merecido,
fruto de todo trabalho, evoé!

Portanto, não te meta
se é o absurdo do parado
e não berra.

Em paralelo com o choque,
o mundo gira
e o nós vira nozes!

Brinde ao bode.

Parabolicamará


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#Integração

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Dilma anuncia perdão e renegociação da dívida de 12 países africanos em visita à comemoração dos 50 anos da União Africana em Etiópia. 


Discurso da Presidenta Dilma:


#ÁfricaBrasil 
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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Brilha uma Estrela: 10 anos

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É 13! Quando comemorei a indicação do novo nome para o STF que será o relator do mensalão mineiro do PSDB, me perguntaram se o sentimento sobre o julgamento tucano não seria de expiação do próprio julgamento, ou seja, do PT. Respondi que não, pois não havia penitência nesse sentimento, mas poderia concordar se a pergunta fosse sobre vingança. Afinal de contas o legado institucional do assalto ao Estado e aos cidadãos promovido pelo PSDB e seus aliados ao dar sustentação ao Neoliberalismo foi o do desastre. O Brasil estava na pior!

Com instituições, cultura e senso ético indo abaixo sob o assalto generalizado, os interesses individuais mais mesquinhos foram postos à ordem do dia, da rua ao poder, simplesmente. E tendo que concordar com comentários políticos de minha avó que "gente estudada não pode estar comprometida com o atraso", o sentimento de vingança está no fato de o partido tucano ser exatamente emblema disso, um partido de classes educadas que tiveram a oportunidade, tanto a nível de cultura mais ampla quanto de educação, de ter a clareza de quais práticas mantém o atraso.

Grosseiramente dizendo, é melhor estudar o problema para poder tirar mais vantagem! Nesse sentido, a herança de 2002 é o Estado pós-ditatorial neoliberal. Aliás, o grupo tucano, inspirado pelos principais avanços em direitos sociais dos países desenvolvidos, era crítico "" da Ditadura e sua herança autoritária, mas como dito, melhor estudar o problema para poder tirar mais vantagem. Obviamente, devo reconhecer a atuação de partidos, setores e parlamentares na contramão desse desastre ao reclamar outras maneiras de fazer política, até aqueles que não concordo ideologicamente. Porém, a sensação geral era a do assalto e os Legislativos como rinhas de corruptos.

No Brasil tratar de atraso é tratar de Justiça, afinal a máxima popular "é para poucos'' resume sem necessidade de explicações. Mas estamos mudando, e mudando para melhor! Nesse movimento nem a Justiça poderia ficar alheia, mesmo sendo bastante resistente, vide sua capacidade autoritária. Logo, se o judiciário teve as atuais condições para realizar o show do julgamento dos trabalhadores, deve-se a já herança PTista de um Estado pós-neoliberal e revisor da herança ditatorial. Não vou destacar os componentes morais que também motivaram o julgamento na realização da vingança das classes abastadas pela perda do poder central, mas vou destacar que o sentido de vingança termina aqui: eles também serão julgados; e que avança por se tratar de uma questão de justiça à memória da Democracia no Brasil, afinal a social-democracia tucana era só fachada para a ação coordenada de assaltantes, uma quadrilha travestida de partido.

Quanto ao Partido dos Trabalhadores - PT, ainda que julgados comemoramos em 2013 os DEZ (10) anos de governo dos Trabalhadores no poder Executivo central. Viva o Partido dos Trabalhadores, parabéns ao PT! E, sem dúvida, esses parabéns vêm de fora porque vem da constatação na realidade que mudamos, e dessa vez, mudamos para melhor.

Em 10 anos:

#Democracia - finalmente os movimentos sociais tiveram agenda com a presidência. Assim, o Executivo deixou definitivamente de ser lugar de confluência só dos interesses empresariais. Deu-se início ao ciclo de Conferências em todas as áreas de políticas públicas, prática que marcará para sempre a experiência democrática, por fazer da Sociedade Civil ator tão importante no debate quanto todos os outros. A transparência da administração pública avançou sem precedentes a partir da criação da Controladoria Geral da União (CGU), órgão que além de fiscalizador tem capacidade de cumprir o papel de agente proponente de outra visão sobre transparência na sociedade. E nunca na história desse Brasil as competências na divisão dos poderes entre Executivo, Legislativo e Judiciário foram tão claras, além da relação entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O PT marca a transição para o republicanismo real no Brasil.

#Educação - sem dúvida a reestruturação das universidades federais, o ProUni, o novo Enem e a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica são joias do compromisso com a Educação do PT. Segundo dados do Inep, em 2000 o investimento público direto em Educação por estudante, valor nominal, era de R$ 970,00 e em 2010 era de R$ 3.580,00, resultando em aumento verificado de 73% no investimento. Inclusive, entre 2000 e 2010 o Brasil foi um dos países que mais aumentaram seus gastos em Educação entre os países da OCDE e em 1995 o país investiu 3,7% do PIB em Educação, enquanto em 2009 esse nível subiu para 5,5%. Como um marco já apontado no republicanismo real inaugurado pelo PT, também foi possível articular o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, da presidenta Dilma, que também enviou ao Congresso projeto de lei para garantir que todos os valores dos royalties do petróleo sejam investidos em Educação para garantir o cumprimento da lei aprovada que destina 10% do PIB para a Educação.

#Trabalho, Renda e Economia - alcançamos nesse mês de maio a marca histórica de menor índice de desemprego na história brasileira, desde que os dados são colhidos. Só no governo Dilma foram 4 milhões de empregos formais criados. Não precisamos fazer lembrar a drástica situação de informalidade dos anos 90, não!? Mas, é bom fazer a tucanada deitar na BR ao lembrá-los que em 1999, por exemplo, o Brasil ocupou o 3º lugar no mundo em volume de desemprego aberto, representando 5,61% do total do desemprego mundial, apesar de contribuir com 3,12% na PEA global. Aliado à expansão do emprego, outra distinção fundamental desses 10 anos é a forte valorização do salário mínimo, que mesmo crescente na série histórica, no período assinalado tornou-se central na política de inclusão e distribuição de renda. Durante os oito anos do governo Lula o salário mínimo aumentou, em média, 5,8% ao ano, com um avanço real acumulado de quase 60% de acordo com a OIT. No mesmo período o PIB aumentou, em média, 4% ao ano. o resultado disso foi um crescimento do salário mínimo acima do PIB. Crescimento que é quase o dobro do observado durante o governo FHC. Nesses anos, o crescimento do mínimo foi de 3,3% ao ano e o crescimento do PIB, de 2,3%. E em  2011, já no governo Dilma, a política de valorização do salário mínimo virou lei estabelecendo a base de cálculo como a inflação do período anterior mais a variação do PIB do penúltimo ano. Assim, a erradicação da miséria tornou-se fato real no horizonte do desenvolvimento brasileiro aliado ao fenômeno da expansão da classe C. Também é bom recordar que os setores empresariais aliados ao tucanos ao não contribuir com a política do governo de fomento ao desenvolvimento, tentam, inclusive, emperrar a valorização salarial da classe trabalhadora com o baixo crescimento do PIB.

#Saúde - em 1991 foi criado em âmbito federal o Programa Agentes Comunitários de Saúde e em 1994 a atenção básica recebeu impulso estratégico com a criação do Programa Saúde da Família (PSF). Porém, é do governo PTista a iniciativa fundamental para expansão e manutenção sustentável da política pública, pois a atenção básica passou a ser desenvolvida sob a égide do Programa Atenção Básica em Saúde, incluído aí o PSF, passando a integrar o Orçamento Geral da União e o Plano Plurianual. Além da iniciativa, entre 2001 e 2010 o número de equipes do PSF cresceu de 13.555 para 31.665, superando a marca de 50% da população coberta pela atenção básica; também, aumentou consideravelmente o volume de recursos orçamentários federais liquidados, tendo atingido a cifra de R$ 9,16 bilhões em 2009. Para se ter uma ideia, em 2004 a cifra era de R$ 4,62 bilhões. Por outro lado, avançamos no discernimento das competências em Saúde entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, como um exemplo as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) cumprindo o papel intermediário, logrando desafogar a entrada em hospitais, de autoridade dos Estados. Também marco do PT na Saúde é a criação, em 2004, do Programa Farmácia Popular, depois migrando para o 'Aqui Tem Farmácia Popular', em 2006. Hoje, mais de 2,5 mil municípios possuem estabelecimentos do programa e cerca de 1,3 milhão de brasileiros por mês são beneficiados. Com o Programa, a população passou a ter acesso a 24 tipos de medicamentos. Os para diabetes e hipertensão são gratuitos e outros têm descontos de até 90%, contribuindo para ajudar no orçamento das famílias mais pobres, que comprometem cerca de 12% de suas rendas com medicações. Para finalizar, outro marco PTista, é a política pública intersetorial, nesse caso, a implantação do PSE - Programa Saúde na Escola, de 2007, parceria entre os Ministérios da Saúde e Educação, como estratégia de integração da Saúde e Educação para o desenvolvimento da Cidadania e promoção e prevenção da Saúde.

#Cultura - se até 2002 o que predominava nas políticas culturais era o modelo do mecenato, no qual as ações culturais passavam a ser realizadas por grupos da sociedade civil (com ou sem fins lucrativos) financiadas por renúncia fiscal concedida pelo Estado, a eleição do PT priorizou alguns aspectos mais democráticos da CF88 propondo-se a realizar uma política pública de Cultura baseada em valores como diversidade cultural, da Cultura enquanto direito básico e sua importância econômica enquanto geradora de trabalho e renda, visando a implantação do Sistema Nacional de Cultura. Aliás, elementos essenciais do Programa de Governo de Lula para a Cultura constante em "A imaginação a serviço do Brasil" - considerado de esquerda para as diretrizes gerais do Programa. Daí que surge, em 2004, o Programa Cultura Viva, importante marco da democratização da Cultura no Brasil, concebido como uma rede orgânica de criação e gestão cultural, compartilhada e transformadora, como sendo o Programa de base comunitária do Sistema Nacional de Cultura. Na gestão Dilma, estamos na contagem regressiva para a implementação do Programa Vale-Cultura que será um cartão magnético pré-pago no valor de R$ 50,00 concedido prioritariamente aos trabalhadores com carteira assinada, que recebam até 5 salários mínimos para o consumo de produtos culturais. Cerca de 46 milhões de brasileiros poderão ser beneficiados, com recursos de até 25 bilhões sendo injetados na cadeia produtiva cultural. Por fim, como mais um exemplo intersetorial, foi lançado o Programa Mais Cultura nas Escolas, resultado da parceria entre MinC e MEC, para promover o encontro de iniciativas culturais e escolas públicas de todo o Brasil, democratizar o acesso à Cultura e ampliar o repertório cultural de estudantes, professores e comunidades escolares do ensino básico.

#Estado - depois das privatizações do PSDB, que podem ser caracterizadas como roubo, por terem sido medidas inconstitucionais ou abaixo dos valores de mercado, retomamos o sentido de Estado e função pública a partir das instituições esvaziadas pela atuação do PSDB e seus aliados. Assim, o PT teve como desafio, por exemplo, reaver a capacidade de investimento do Estado, fundamental para o desenvolvimento, a partir do legado de 2002. No lugar de tentar privatizar a Petrobrás, como sempre foi forte desejo de José Serra, por exemplo, reafirmamos o papel da estatal na economia nacional. Sem sobrepor competências, sem tentar assumir o lugar da iniciativa privada, o Partido dos Trabalhadores mostrou que o Estado tem seu lugar e função, e que deveria retomar sua atuação onde a iniciativa privada tenha usurpado o lugar do publico, além de avançar até onde nunca tenha cumprido seu papel, como na erradicação da miséria e da pobreza. Outra vitória estratégica e já um legado PTista é ter entre o corpo de ministros o presidente do Banco Central, pois é inaceitável a ideia de uma Economia para além do cidadãos e do Estado e hoje temos assegurado as menores taxas de juros da história brasileira. Outro compromisso firmado e cumprido trata do déficit habitacional que experimentamos no Brasil e que através do Programa Minha Casa, Minha Vida, até 2012, já havia entregado a soma de 934,8 mil unidades habitacionais.

#Mulheres e Negros - em 2003 o governo PT cria a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, que assessora a formulação, a coordenação e a articulação de políticas para as mulheres. Sendo fundamental instrumento no enfrentamento à violência, na formulação de políticas publicas pró-equidade de gênero e na articulação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, não seria muito afirmar que foram dados naquele ano os passos fundamentais para a cultura da Equidade que desembocou na eleição da primeira presidenta da história do Brasil, #Dilma. Também criada em 2003, a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República nasce do reconhecimento das lutas históricas do Movimento Negro brasileiro. É o órgão responsável por assessorar a formulação, a coordenação e articulação de políticas e diretrizes para a promoção da Igualdade Racial. Outro marco está no ano de 2010, com a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. E os números não mentem quando deixam claro que no governo do PT, as políticas afirmativas redesenharam a participação de negras e negros no acesso à educação superior, seja através da lei de cotas, seja através do ProUni, seja na ampliação do sistema educacional. Só entre 2000 e 2011, o número de afrodescendentes nas universidades pulou de 4% para 19,8% da população, significando a quintuplicação da presença de negros e pardos que cursam ou já concluíram curso superior. Só o ProUni levou para as universidades mais de 1 milhão de jovens.

#Integração - na inauguração agora em maio de uma Universidade dos Trabalhadores, na Argentina o ex-presidente Lula e a presidenta Cristina comentaram que o tempo de rixa entre os dois países tinha terminado. Para sorte da Argentina, que fique claro!!! Assim, depois de Lula o que podemos observar é um Brasil multilateral, conectado nas relações sul-sul, sem, é claro, deixar de continuar mantendo relações de paz para com os países desenvolvidos, por exemplo. O PT no poder trouxe para o centro da cena a integração latino-americana, com pleno respeito a auto-determinação dos povos e o sentido de irmandade. Hoje a comunidade sul-americana é outra, principalmente quanto a integração e afinação dos governos progressistas da região. Diversificamos as relações comerciais, Lula foi mais a África que aos Estados Unidos, e estabelecemos com o continente e seus países o diálogo necessário para a restituição da memória africana devido nossa herança escravagista, além da contribuição para o desenvolvimento africano de forma cooperativa e não exploratória como os países desenvolvidos habitualmente fazem. E nunca na história desse país tivemos um brasileiro ocupando os postos mais altos de organizações como a FAO e a OMC, outro legado PTista!

Uma vez quando perguntado em entrevista pelo jornalista Kennedy Alencar, o atual ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, de qual seria sua opinião sobre FHC, o mesmo apenas respondeu que em seu governo o diplomata estava de serviço em Washington e o tucano era bastante visto por lá!

#Ambiente e Direitos Humanos - sem dúvida, a maior marca do PT nesses 10 anos é ter no Meio-ambiente um lugar estratégico para o desenvolvimento sustentável do Brasil, bem diferente dos constantes boatos dos anos 90 (ou não) de intervenção externa sobre o patrimônio da biodiversidade brasileira, principalmente na Amazônia. Também, nunca na história desse país alcançamos índices tão baixos de desmatamento do bioma citado, que é monitorado pelo INPE desde 1988. Além disso, em 2008, foi firmado o acordo de cooperação para a realização do Programa de Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satélite; assim, todos os biomas passaram a ser monitorados, não só o amazônico. Outro marco é a Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos que inclui todas as ações voltadas à busca de soluções para os resíduos sólidos, incluindo os Planos nacional, estaduais, microrregionais, intermunicipais, municipais e os de gerenciamento, criado em 2013 com a novidade PTista de integração dos cerca de 600 mil catadores de materiais recicláveis na cadeia de reciclagem, tendo sido reconhecido o importante serviço ambiental que prestam para toda a sociedade. Já no campo dos Direitos Humanos, celebrando o sentido cumulativo das políticas públicas desde a promulgação da CF88, é no lançamento do Plano Nacional de Direitos Humanos - 3 (PNDH-3), no governo Lula, que, definitivamente, o tema dos DH tomam a relevância concreta necessária para se fazer cumprir a Constituição em sua qualidade de Carta de avanços. Por exemplo, é de 2004 o Programa Brasil sem Homofobia, em 2008 é realizada a 1ª Conferência Nacional LGBT e na gestão Dilma, mais especificamente em 2011, é lançado pela presidenta o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com o objetivo de implantar novas iniciativas e intensificar ações em benefício das pessoas com deficiências.

#Bolsa Família - o maior trunfo das trabalhadoras e trabalhadores. Sem dúvida a mais profunda revolução através de um Programa Público já promovida no Brasil, iniciativa do PT e dos partidos aliados (de verdade). O Programa Bolsa Família (PBF) integra o Plano Brasil Sem Miséria (BSM), tem foco de atuação nos 16 milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 70,00 mensais e está baseado na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos. Hoje o Programa atende mais de 13 milhões de Famílias em todo território nacional, acionando um profundo projeto de transformações, como atestam pesquisas antropológicas sobre emancipação de gênero pela renda do Bolsa Família, os dados da Educação que afirmam a queda na evasão escolar, os dados da Saúde que afirmam a queda na mortalidade infantil, os números da Economia que afirmam a diversificação produtiva das comunidades locais pela circulação de dinheiro. Programa vitorioso que hoje pode servir de referência para o continente africano, elogiado pela CEPAL e uma nova filosofia de Estado ao responsabilizar-se pela superação da pobreza de sua população.

#PT

Obviamente muito ainda poderia ser dito, principalmente se formos tratar da nova preponderância atribuída à juventude nesse processo de transformar o Brasil. Também não poderíamos esquecer o quanto ainda se deve fazer e também do quanto não foi feito, basta lembrarmos da Comunicação e Reforma Agrária. Mas, agora é hora de comemorarmos os 10, os dez, anos de governo Trabalhador nesse Brasil de todos e todas. Por fim, citando uma resposta para a pergunta "Mas, afinal, por qual Socialismo o PT luta?", dos Cadernos de Formação nº 3 - O que é o PT, de abril/2000, digo que este projeto "deverá basear-se no princípio da solidariedade humana e da soma de aptidões particulares para a solução dos problemas comuns. Resultará (um projeto) da luta de um sujeito democrático coletivo sem, com isso, negar o indivíduo. Assegurando a igualdade fundamental entre os cidadãos, não será menos zeloso do direito à diferença, seja esta política, cultural, comportamental, etc.

- Viu como falamos a verdade? ;)

Com informações de: Marcio Pochmann | IPEA | Ministério da Educação | OCDE | Ministério da Saúde | Fábio Mafra | Ministério da Cultura | Anny Medeiros | OIT | Secretaria de Mulheres | Secretaria de Promoção da Igualdade Racial |  Ministério do Meio Ambiente | SDH | EBC |  Inep | Portal Terra | Carta Maior | CEPAL | Cadernos de Formação nº 3.









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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Dois mortos que nunca morrem: Allende e Neruda

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Márquez, Gabriel Garcia. A aventura de Miguel Littin clandestino no Chile [pg.69-74]

As poblaciones, enormes bairros marginais nas maiores cidades do Chile, são ,de certo modo, territórios liberados – como a casbah das cidades árabes -, cujos habitantes curtidos pela pobreza desenvolveram uma assombrosa cultura de labirinto. A polícia e o exército preferem não se arriscar, antes de pensar mais de duas vezes, por aquelas colmeias de pobres onde um elefante pode desaparecer sem deixar rastros, e onde têm de enfrentar formas de resistência originais e inspiradas, que escapam aos métodos convencionais de repressão. Essa condição histórica converteu as poblaciones em polos ativos em definições eleitorais durante os regimes democráticos, e foram sempre uma dor de cabeça para os governos. Para nós, foram decisivas para estabelecer, em termos de depoimento cinematográfico, qual o estado de ânimo popular em relação à ditadura, e até que ponto se conserva viva a memória de Salvador Allende.

(...)

O nome de Salvador Allende é o que mantém o passado, e o culto à sua memória alcança um tamanho mítico nas poblaciones. Estas nos interessavam, acima de tudo, para conhecer as condições em que vivem, o grau de consciência frente à ditadura, suas formas imaginativas de luta. Em todas nos responderam com espontaneidade e franqueza, mas sempre em relação à lembrança de Allende. Muitos depoimentos separados pareciam um só: “Sempre votei nele, nunca em outro”. Isto se explica pelo fato de Allende ter sido tantas vezes candidato ao longo de sua vida, que antes de ser eleito brincava dizendo que seu epitáfio seria: Aqui jaz Salvador Allende, futuro presidente do Chile. Tinha sido candidato quatro vezes até ser eleito, mas antes fora deputado e senador, cargo que continuou conquistando em eleições sucessivas. Além do mais, em sua interminável carreira parlamentar foi candidato pela maioria das províncias pelos quatro cantos do país, da fronteira peruana até a Patagônia, de modo que só não conhecia a fundo cada centímetro quadrado, sua gente, suas culturas diversas, suas amarguras e seus sonhos, como também a população inteira o conheceu em carne e osso. Ao contrário de tantos políticos que só foram vistos nos jornais ou na televisão, ou escutados pelo rádio, Allende fazia política dentro das casas, de casa em casa, em contato direto e cálido com as pessoas, como ele era na realidade: um médico de família. Sua compreensão do ser humano unida ao instinto quase animal do ofício político chegava a suscitar sentimentos contraditórios nada fáceis de serem resolvidos. Sendo já presidente, um homem desfilou na frente dele numa manifestação elevando um cartaz insólito: Este é um governo de merda, mas é o meu governo. Allende se levantou, aplandiu-o e desceu para apertar sua mão.

(...)

Durante seu governo eram vendidos nos mercados populares uns pequenos bustos com sua imagem, e que agora são venerados nas poblaciones com copos com flores e lâmpadas votivas. Sua lembrança se multiplica em todos, nos anciãos que votaram nele quatro vezes, nos que votaram três vezes, nos que o elegeram, nos meninos que só o conhecem pela tradição da memória histórica. Várias mulheres entrevistadas repetiram a mesma frase: “O único presidente que falou sobre os direitos da mulher foi Allende”. Quase nunca dizem seu nome: dizem “O Presidente”. Como se ainda fosse, como se tivesse sido o único, como se estivessem esperando que regresse. Mas o que perdura na memória das poblaciones não é tanto a sua imagem, e sim a grandeza de seu pensamento humanista. “Não nos importa nem a casa nem a comida, e sim que nos devolvam a dignidade”, diziam. E mais concretamente:

- A única coisa que queremos é o que nos tomaram: voz e voto.

Dois mortos vivos: Allende e Neruda

O culto a Allende é mais sentido em Valparaíso, o buliçoso porto onde ele nasceu, cresceu e se formou na vida política. Foi ali, na casa de um sapateiro anarquista, que leu os primeiros livros teóricos e contraiu para sempre a paixão ensimesmada pelo xadrez. Seu avô, Ramón Allende, foi fundador da primeira escola leiga que existiu no Chile, e da primeira Loja Maçônica, na qual o próprio Salvador Allende atingiu o grau supremo de Grande Mestre. Sua primeira atuação memorável foi durante os “doze dias socialistas” do já mítico Marmaduque Grove, cujo irmão casou-se com uma irmã de Allende.

É estranho que a ditadura tenha enterrado Allende em Valparaíso, onde sem dúvida ele gostaria de ser enterrado. Foi levado sem anúncios nem cerimônias na noite do dia 11 de setembro de 1973, num primitivo avião a hélice da Força Aérea por cujas frestas se metiam os ventos gelados do sul, e acompanhado só por sua esposa Hortensia Bussi, e sua irmã Laura. Um antigo membro do serviço de inteligência da Junta Militar, que entrou com os primeiros assaltantes no Palácio de La Moneda, declarou ao jornalista norte-americano Thomas Hauser que tinha visto o cadáver do presidente “com a cabeça aberta e restos de cérebro espalhados pelo chão e pela parede”. Talvez por isso quando a senhora Allende pediu para ver o rosto no ataúde, os militares tenham-se negado a descobrí-lo e só pôde ver um vulto coberto por um lençol. Foi enterrado no cemitério de Santa Inês, no mausoléu familiar de Marmaduque Grove, sem mais oferendas que um ramo de flores depositado por sua esposa, dizendo: “Aqui está enterrado Salvador Allende, presidente do Chile”. Acreditavam que dessa maneira estaria fora do alcance da veneração popular, mas não foi possível. O túmulo é agora um lugar de peregrinações permanentes, e sempre há nele flores depositadas por mãos invisíveis. Tratando de impedir isso, o governo tentou fazer com que as pessoas acreditassem que o cadáver fora levado a outro lugar, mas as flores permanecem frescas no túmulo.

Outro culto que permanece vivo nas novas gerações é o de Pablo Neruda em sua casa marinha da Isla Negra. Esta localidade lendária não é uma ilha nem é negra, embora seu nome a indique, mas sim uma aldeia de pescadores quarenta quilômetros ao sul de Valparaíso pela estrada de San Antonio, com caminhos de terra amarela entre pinheiros gigantescos, e um mar verde e bravio, de grandes ondas. Pablo Neruda teve ali uma casa que é um lugar de peregrinação de namorados do mundo inteiro.

(...)

Mas ainda ficava um vestígio de grande poesia: desde o último terremoto, na Isla Negra continuam sendo sentidos tremores de terra intermitentes a cada dez ou quinze minutos, todos os dias com todas as suas noites. 

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terça-feira, 14 de maio de 2013

A cidade do Duque

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Não dá mais! Por aqui a situação de moradia chegou ao seu limite, mesmo que seja só uma cidade de porte médio e pouco verticalizada. Um sintoma do agravo da situação é quando trabalhadores formais começam a ocupar a rua como dormitório por falta de moradia ou por terem dificuldades no atendimento das condições de trabalho, principalmente cumprimento da carga horária.

Uma metrópole subdesenvolvida como o Rio de Janeiro têm dificuldades bastante graves quanto à concentração de renda, logo de moradia, e deslocamento urbano. Além disso, a falta de planejamento que construa um desenvolvimento integrado que atenda moradia, serviços públicos e privados e trabalho numa mesma comunidade, bairro ou distrito faz do Rio uma bola de neve.

Como anedota, relato uma história narrada por um amigo. Um parente seu que trabalhava em São Conrado tinha como companheiro de trabalho um homem que por razões de economia para complementação de renda dormia na rua, ainda mais que morava muito longe. Para concluir, quando o parente desse amigo dava carona (transporte individual) ao companheiro de trabalho – que ia embora na sexta-feira – notou que ele passou anos sem perceber que o Elevado do Joá era o mesmo, tanto em cima quanto embaixo.

Pois bem, Duque de Caxias na qualidade de periferia da periferia estimula um desenvolvimento que vai ao sentido de reproduzir, em menor escala, as circunstâncias e problemas de uma metrópole como o Rio. Ou seja, o tal do nivelamento por baixo.

Durante a última não gestão de Zito foram realizadas algumas consultas públicas para a construção do Plano Diretor. Um fato é que representa acúmulo social e um avanço, mas como toda proposta autoritária – veja a Zitolândia pensada para ocupação do lado da cidade beirando a Baía – não representa o real, nem o necessário. Além disso, concordo com a professora urbanista Ermínia Maricato que em uma entrevista alertou para a necessidade de avançarmos no real, pois enquanto documentos, geralmente, os planos diretores são razoáveis.

Por essas e outras razões sinto a falta da participação direta na identificação dos problemas e nos rumos factuais da política de desenvolvimento urbano e rural, para além da protocolar de nossa consulta pública realizada. Além, é claro, da constituição de um grupo de trabalho responsável por propor de maneira técnica e qualificada, além de transversal, políticas públicas de planificação como vetores para equacionar os problemas reais dos distritos em suas singularidades e independência.

A simples observação da cidade aponta para o agravamento da favelização dos bairros, numa população relativamente estável e sem pressão migratória externa. Ao que parece, aos estabelecidos está-se piorando a qualidade da moradia; isso para não dizer dos outros aspectos do desenvolvimento integrado.

Acredito, sinceramente, que a Prefeitura, o Legislativo, as associações, os partidos políticos e os lugares religiosos têm condições de fazer o chamamento para a realização de uma Conferência da Cidade pelos distritos. E é muito comum termos a preocupação anterior com a participação ampla e democrática nesse tipo de ação, porém estamos tratando também da emergência da falta de Ação Pública visível e dialógica nos lugares. Repito, a participação tenderá acontecer quando houver entendimento entre as partes e vontade política.

Partidos como PT, PSB e PDT têm inserção suficiente na sociedade local para garantir a qualidade democrático-popular nessa participação; outros como PMDB, PTN, PRB e PR têm inserção suficiente na sociedade local para garantir a qualidade popular nessa participação. Isso só para falar dos partidos.

Em via complementar precisamos num momento como uma Conferência termos a capacidade de ver, ouvir, falar e fazer (créditos ao PT e à Caravana de Lindbergh Farias) e de sistematizar e sintetizar no trabalho de agentes qualificados – numa perspectiva e composição transversais – e dos órgãos da Administração Pública propostas de políticas públicas de planificação real para os distritos, para o desenvolvimento urbano e o rural. Sem deixar de ter o foco em algumas medidas mais contundentes e amplas como saneamento, tratamento de esgoto e transporte coletivo de baixo impacto entre os distritos.

Para finalizar, assim acredito que teremos melhores condições de equacionar nossas deficiências. Como, por exemplo, a da outra anedota: uma amiga que em visita à Secretaria municipal responsável pelo planejamento da cidade não pôde ajudá-la numa questão de urbanismo por falta de mapas. E também teremos melhores condições de equacionar a birra com princípios do desenvolvimento comunitário, como paralelepípedos e tratamento de esgoto individualizado ou por grupos residenciais. Só para citar alguns...


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