Abelissauro é o t-rex brasileiro. Às vezes, autistanto!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O cliente tem sempre razão

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Quando tratamos de Reforma Política vários temas podem ser destacados, mas os três principais são: modelo de financiamento, papel dos partidos e participação popular. Aqui vou me ater às questões pertinentes do custeio do processo.

Segundo dados apresentados em artigo publicado no jornal Zero Hora (edição de 05/04) pelo Deputado Federal do PT/RS, Henrique Fontana, e relator da Reforma Política na Câmara Federal, os números em campanhas no Brasil são os seguintes: "as prestações de contas ao TSE revelam que das 513 campanhas mais caras para deputado federal em 2010, 379 [74%] foram vitoriosas. Os 513 eleitos gastaram, em média, 12 vezes mais que o restante dos candidatos. Em oito anos, os gastos em campanhas saltaram de R$ 800 milhões para R$ 4,8 bilhões. É preciso dizer com clareza e transparência que, hoje, a Democracia no Brasil é, no essencial, financiada por não mais do que 200 empresas".

Vejamos, na correia do financiamento privado há outros baluartes no jogo e esses fazem a devida pressão para que a hegemonia de suas condições sejam mantidas e reproduzidas ao longo do sistema político internacional. Por exemplo.

A última eleição federal dos Estados Unidos alcançou a impressionante cifra de quase US$ 7 bilhões em gastos. Só a campanha presidencial foi responsável por quase US$ 3 bilhões desse montante, segundos do Open Secrets.org. Porém, muito ainda pode mudar nos interesses particulares das doações americanas, pois a reforma de lá vem vindo e os limites para doações podem cair!

O modelo de financiamento dos Estados Unidos segue a fórmula: o dinheiro para campanhas a cargos federais vem de quatro grandes categorias de fontes: (1) pequenos contribuintes individuais [pessoas físicas que contribuem com US$ 200 ou menos], (2) grandes contribuintes individuais [pessoas físicas que contribuem com mais de US$ 200], (3) a ação política de comitês e (4) autofinanciamento [dinheiro do próprio candidato]. Em 2010 a corrida ao Congresso apresentou os seguintes números para a Câmara:

- Republicanos: [1] 14% | [2] 48% | [3] 24% | [4] 12% | Outros 3%
- Democratas: [1] 9% | [2] 47% | [3] 38% | [4] 3% | Outros 3%

A população americana é numerosa, quase 311 milhões de pessoas, mas o percentual de grandes contribuintes - ou seja, que doam acima de US$ 200 - não é tão expressivo, alcançando o vultuoso 0,26% desses 311.

Neste caso, os números dizem por si...

Na Europa a principal economia do continente, que pese o sistema político que privilegia os partidos e a formação de maiorias estáveis, não proíbe doações a partidos e candidatos tanto de pessoas físicas quanto de corporações. O caso alemão é muito severo quanto à publicidade dos valores doados, porém não estabelece limite para os mesmos.

Entre os indianos estima-se que quase US$ 2 bilhões dos recursos empreendidos nas eleições de 2012 tenham tido origem no dinheiro sujo. Por lá as corporações podem doar no máximo 5% dos lucros auferidos no período fiscal. Porém se políticos e fundos partidários dependem quase que promiscuamente de doações privadas, por que não mais?

Por outro lado, em outras vias estão países que adotam medidas que não são necessariamente as dos casos mencionados.

No Reino Unido as doações de caráter individual e corporativo são permitidas, porém com limites bem claros e com forte regulação, o que faz com que os gastos verificados nas eleições de 2010 fossem 26% menores que em 2005. Ainda assim, em novembro de 2011, um órgão consultivo britânico recomendou o aumento do financiamento público como uma forma de evitar futuros escândalos e limitar a influência dos grandes doadores nas eleições, mas os três principais partidos políticos rejeitaram a proposta.

Seguindo à Escandinávia o caso sueco é emblemático. Por lá o financiamento público cobre a totalidade dos gastos de atividades partidárias e eleitorais e na Noruega quase 80% dos recursos empreendidos em campanhas advém de fundo público.

Aqui no Brasil quase 98% dos recursos gastos na campanha da presidenta Dilma Rousseff vieram de corporações. Em São Paulo quase 99,04% de todo dinheiro gasto durante as eleições de 2010 tiveram a mesma origem. E não nos enganemos, os mesmos doadores de um são os de todos os outros, se não for asssim o que resta é fazer show em bairro rico para rico ver!

Como diz Elmar Altvater, "a valorização é em princípio um processo infinito, que nunca termina, a menos que o capitalismo chegue a uma barreira insuperável". Por isso não surpreende que um grande empresário produtor de soja como Blairo Maggi (PR/MT) [o Brasil é o país que mais concentra terras e o que mais faz uso de agrotóxicos] assuma a presidência da Comissão de Meio Ambiente do Senado. Surpreenderia se não o fizesse!

Repetindo as palavras do já citado artigo de Henrique Fontana sobre o custeio do financiamento público de campanha: "para quem acha que com isso vamos começar a pagar as campanhas com dinheiro do nosso bolso, permitam-me afirmar que já estamos pagando por ela de duas formas: Na maneira geral, as empresas embutem o valor que gastaram no processo eleitoral nos produtos que consumimos. [No Capitalismo nada é de graça!] Já na maneira ilegal de cobrar esta fatura, vamos observar superfaturamentos, contratos privilegiados e licitações dirigidas, quando não a entrada de dinheiro do crime organizado na política".

Além disso, mesmo num modelo híbrido - que já é o nosso, mas predominância do financiamento privado -, em que a doação física seja devidamente regulada e de baixo limite, o valor total das campanhas deverá ser reduzido, deixando de ter o americano como teto, além de destravarmos, definitivamente, o limite imposto de maneira intrínseca ao alcance das políticas públicas.

Com informações de pauloteixeira13.com.br | CNN World | OpenSecrets.org | Library of Congress | National Conference of State Legislatures | Elmar Altvater [Texto originalmente publicado em abril/13 no Facebook]



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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Desculpem o transtorno, estamos transformando o Brasil

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Sob forte pressão dos protestos populares que tomaram as ruas do Brasil, algumas cidades baixaram o valor do reajuste das passagens do transporte coletivo. Na maioria delas o valor revisto é menor em R$ 0,10 centavos e Pelotas (RS) segue na dianteira com R$ 0,15. Obviamente a motivação popular têm outras origens que não só o descontentamento com o valor dos transportes e a baixa qualidade do serviço prestado pelas concessionárias. No bojo da insatisfação os serviços públicos como um todo, os gastos exorbitantes com a Copa e políticos incompetentes e corruptos encheram o saco de geral!

Daí que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), anunciou na terça-feira (18/06) cogitar a possibilidade de redução das passagens junto à convocação do Conselho da Cidade. Afirmou também que esta é uma decisão a ser tomada pela coletividade, afinal implicaria no aumento de subsídios: seja através de reajuste do IPTU ou de criação de um novo imposto municipal sobre a gasolina nas bombas.

Pois bem, anda faltando uma coisa! Normalmente o que temos assistido são esforços públicos no sentido da desoneração, como a promovida pelo governo Dilma sobre o transporte público, ou subsídios estaduais e municipais. Mas, do outro lado, empresas continuam operando dentro dos mesmos esquemas de exploração predatória de serviços públicos com metas de lucratividade sempre maiores. Lucro, aliás, mais elevado que a taxa média praticada nas economias centrais. E, em geral, reina o silêncio seletivo sobre o tema.

Em São Paulo o lucro médio auferido por ônibus é de cerca de R$ 15 mil, com preços das passagens reajustados acima do IPCA. No Rio de Janeiro o secretário estadual de Transportes é normalmente nome sabatinado pelas concessionárias. Verdadeiras máfias, como é bem sabido, operam sempre no financiamento de campanhas como as contas do governador Sergio Cabral (PMDB) comprovam ou de legisladores estaduais quando relatórios de fiscalização sobre transporte público são aprovados em tempo recorde e sem grandes contestações. Isso para não dizer da situação de câmaras municipais!

A insatisfação também recai sobre a incapacidade do Poder Público de fiscalizar as concessões feitas, ou os serviços em geral. São redes de televisão que agem como partido, telefônicas que não oferecem os serviços acordados em contrato, planos de saúde que negam atendimento, transportes mais caros e piores, empreiteiras acordadas em cartel para concorrência em licitações e mais uma lista que poderia ser cansativa. Porém uma coisa os une, pois são partes da iniciativa privada financiadora ou apoiadora das campanhas eleitorais pelo país.

Já clássico da civilização brasileira, a falta de clareza nos limites entre público e privado fez com que a situação tenha chegado ao limite do insuportável, afinal de contas iniciativa privada e iniciativa pública têm caráter distinto uma da outra, mas não excludentes entre si. Portanto, para a plena prestação de serviços públicos de qualidade e ação fiscalizadora eficaz do Estado é preciso apartar a promiscuidade proposta pelo modelo de financiamento misto vigente, mas que é eminentemente privado, da atividade política. Além do que, no contexto de capitalismo dependente e subdesenvolvido, a atividade do setor privado tem se reafirmado como componente estrutural do atraso brasileiro, ao contrário de impulsionar o desenvolvimento fomentado pela ação pública.

No capítulo “o modelo autocrático-burguês” de “A Revolução Burguesa” de Florestan Fernandes o autor afirma: “para libertar-se do capitalismo dependente e subdesenvolvido a burguesia brasileira precisaria livrar-se, com a maior urgência, do atual padrão de dominação burguesa e de solidariedade de classe”. Porém, “como, enfim, o capitalismo dependente e subdesenvolvido constitui uma criação de burguesias que não podem fazer outra coisa além de usar os imensos recursos materiais, institucionais e humanos com que contam e a própria civilização posta à sua disposição pelo capitalismo para manter a revolução nacional nos estreitos limites de seus interesses e valores de classe. Elas contêm, ou sufocam, por esta razão, as impulsões societárias tão conhecidas ao igualitarismo, ao reformismo e ao nacionalismo exaltado de tipo burguês, expurgando-as, por meios pacíficos ou violentos, da ordem social competitiva. Ao mesmo tempo, fomentam e exaltam outras impulsões societárias de tipo burguês, igualmente bem conhecidas, ao racionalismo acumulador e expropriativo, ao egoísmo, ao exclusivismo e ao despotismo de classe, conferindo-lhes, por meios pacíficos ou violentos, predominância na elaboração histórica da ordem social competitiva. Elas se tornam, em suma, os agentes humanos que constroem, perpetuam e transformam o capitalismo dependente e subdesenvolvido, levando a modernização para a periferia e adaptando a dominação burguesa às funções que ela deve preencher para que a transformação capitalista não só possa reproduzir-se em condições muito especiais, mas, ainda, tenha potencialidades estruturais e dinâmicas para absorver e acompanhar os ritmos históricos das economias capitalistas centrais e hegemônicas.”

Como visto, o célebre Florestan Fernandes anotara que era preciso superar o atual, ou aquele, padrão de dominação burguesa e de solidariedade de classe o que, decididamente, permaneceu o mesmo, senão mais arraigado pós-neoliberalismo e pós-tomada do poder central pelo Partido dos Trabalhadores. Também não sei se posso dar apontamentos de como deveria se portar uma classe a qual não pertenço, mas afirmo que o pleno destrave e desenvolvimento das políticas públicas, hoje, só se fará se os mesmos interesses como estão dados forem eliminados enquanto estruturantes do processo eleitoral brasileiro através da Reforma Política.

Sobre o tema, de um lado, o mesmo PT vem encampando a luta pela Reforma através de campanha para o recolhimento de 1 milhão de assinaturas reivindicando o financiamento exclusivo de campanha, votos em listas pré-ordenadas, etc. De outro lado, partidos e associações de classe que agem no sentido de manter o status quo e entre polos as manifestações, que legítimas no todo, falta nas partes, pois não incorpora, por exemplo, de maneira massiva entre corações, mentes e cartazes a Reforma Política.


E, mais uma vez, somente através da definição de novos marcos que situem com objetividade a separação entre público e privado é que teremos melhor capacidade de superar o atraso inscrito no capitalismo dependente e subdesenvolvido, dando pleno desenvolvimento às políticas públicas e alcançando as determinações constitucionais de universalidade e igualdade. Assim, para além da belíssima participação popular que tomou as ruas do país culminando na já histórica imagem do povo sobre o Congresso Nacional, teremos as condições concretas de transformar o Brasil do slogan: “desculpem o transtorno, estamos mudando o Brasil”. 
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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Trocadoras libidinosas

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Era tarde e o sol andava morno preparando-se para o espetáculo de ir embora em dias de outono e na rua, plena de gente, um ponto fiscal de uma linha qualquer de ônibus municipal. Nele três pessoas, o fiscal, um homem barrigudo, fumante e de cabelos grisalhos; em frente, duas trocadoras de ônibus conversando. Elas, também aparentando já certa idade, de calças justas, sapatos com um pequeno salto, cabelos feitos e muitas carícias. A cada palavra trocada um carinho entre as duas era trocado. Ora nas costas, ora nos braços. Mãos que se demoravam a deixar de tocar! O afago chegou a chamar mais atenções, além da minha, quando um outro transeunte chegou a distrair o olhar com as duas cobradoras. Mas, o fiscal tendo terminado sua tarefa de fiscalizar, remeteu um papel a uma das duas mulheres que se despedem resignadamente. As mãos sapecas começam a dedilhar a saudade pelas costas, percorrem a coluna vertebral e terminam repousando sobre a bunda: até logo! 
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segunda-feira, 10 de junho de 2013

#Rede Punhetagem

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Andando pela cidade uma pessoa pergunta se gostaria de assinar a criação de um novo partido: Partido Democrático Brasileiro (PDB-77). Se bem que pudesse ser 71, a sigla seguiu aos meus olhos na cor azul e como símbolo o papagaio. Ou seja, nada de cor azul e aves! Daí que fiquei pensando que para além da reforma política urgente, mais urgente ainda é uma barreira de criação de novos partidos. Afinal, não é possível que haja tantas correntes de opinião numa sociedade para justificar a existência de tantos partidos, mesmo numa sociedade de massas. Uma observação simples é que a nomenclatura dos partidos continua a nos dizer nada como a #Rede, o Partido Democrático Brasileiro, o PPL, ou Partido Pátria Livre e o MD (Mobilização Democrática, fusão do PPS com o PMN). Tudo certo que é melhor a fusão dos dois incompetentes que a atuação em separado! E essa porteira foi aberta pela criação do PSD ou Partido Social Democrático, do Kassab e da Kátia Abreu, sem dúvida a maior dessas distorções políticas. Temos também o caso do PEN, que dentre esses é o menos pior, pois no suficiente apresenta uma bandeira mais clara, sendo ecológico e quiçá nacionalista! A #Rede da Marina Silva, por exemplo, já deveria ter sido autuada por se utilizar de ferramentas de pesca tão agressores ao ecossistema; ali passa tudo, seja cardume, seja banco, seja crente descontrolado. Também podemos observar que o termo democrático caiu do desuso da banalidade quando a Democracia vira saco de pancadas! Claro, em nossa recente história democrática alguns excessos vão sendo cometidos, algo corriqueiro nas relações sociais principalmente quando a liberdade para organização em partido foi garantida há pouco tempo, mas excessos que o próprio curso do processo poderia dar conta em assegurar a estabilidade democrática, como a desconsideração do PSL (Partido Social Liberal) se não tenha atingido uma participação legislativa mínima ou correção de rumos como no caso do PSOL, que já banaliza no nome ao declarar-se partido da causa socialista e da liberdade. Oras, um sem o outro é nenhum! O contrário, porém, parece ser mais do nosso gosto e assim continuamos com o PSL quase fantasma e o PSOL à direita da esquerda. Como dito o curso do processo poderia dar conta de corrigir os erros se o sistema fosse mais claro e objetivo, só para citar o PSL tem um deputado federal, de Minas Gerais. Na Alemanha o mesmo partido não teria representação no Parlamento, pois a cláusula de barreira o impediria, do contrário teria que atingir pelo menos 5% das cadeiras. Já por aqui a força dos recursos financeiros disponibilizados numa campanha local pôde conduzir um eleito ao Congresso.   No Brasil o STF acatou, no final de 2006, uma ação direta de inconstitucionalidade promovida pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB, que precisaria mudar esse C) com o apoio do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Socialista Brasileiro (PSB, que precisaria mudar esse S), Partido Verde (PV, que poderia ser azul), Partido Social cristão (PSC), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Partido Republicano Brasileiro (PRB) e Partido Popular Socialista (PPS, que detonou o sentido de socialismo e de popular), o argumento dessas legendas é que a lei 9.096, de 1995, que criou as regras da cláusula, feria o direito de manifestação política das minorias. Vejamos, se fossem minorias as causas não seria tão abrangentes e falamos de reforma política e, de maneira mais urgente, da asseveração de regras para a criação de partidos, pois não se trata de maneira alguma de negar o direito de representação de minorias. Mas convenhamos que faltasse maturidade a uns para conformar num mesmo partido um conjunto de forças como é o Partido dos Trabalhadores (PT), a outras a capacidade de manter a multiplicidade numa posição mais tradicional como o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)e ao restante a centralização eficaz do Partido da Social Democracia Brasileira (uma relinchada para o S do PDB, ou melhor dizendo do PSDB)! 

Uma outra observação: já estou colhendo as assinaturas para a criação do PG, Partido Gay, nº 01. 
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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Difícil mesmo é fazer um gol de placa

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Se me importa que um consórcio privado administre o Maracanã? Não. Nem considero que o Estado (de estadual) esteja tão bem para empenhar recursos em manter um elefante branco. Acredito, sim, que antes o orçamento público deva ser bem aplicado na manutenção da atividade do próprio Estado e das políticas públicas. Quanto a gastos, no caso do Maraca, já basta o preço absurdo da reforma!

Também não vamos dar uma de inocentes! Sabemos que a estrutura do estádio era qualquer coisa de antiquada para a engenharia moderna, levando a mais um  daqueles casos em que o restauro custa mais que a construção de um novo. Contamos com a ineficiência da iniciativa privada, que é morosa, opera com altos preços e altos lucros, além de aproveitar o fim do prazo para justificar o desperdício. Just in time, só no Japão! E para fechar o pacote, o Estado. Burocratizado, leniente na fiscalização, cúmplice na licitação e pouco transparente. Um adendo, sendo o Sérgio Cabral o (PMDB | RJ) governador me admira que a participação da Sociedade Civil não tenha se tornado só nome de rua. Ou seja, se o preço não chegasse ao bilhão o Rio de Janeiro não seria exemplo de terceiro mundo.

E a concessão? Se for feita à la Supervia, ferrou-se! Melhor dizendo, a lógica do gafanhoto, que chega à plantação, usa até o fim e vai embora.

Mas, o que me aborrece essencialmente são os jogos interclubes e o sentido do futebol para as pessoas.

Estima-se que os estádios da pós-copa terão um valor médio de ingresso de R$ 80,00. Muito caro! Na essência, é a elitização do futebol e que enquanto fenômeno na Tupinicópolis sem o povão é quase nada. Excluir a galera no formato dos estádios eliminando a ‘geral’ já deixa um recado. O ofício chega depois, com estádios modernos, administrados pela iniciativa privada do tipo capitalismo fodido, ingressos nas alturas e utilizável apenas pelos clássicos. A contrapartida pública, afinal de contas trata-se de patrimônio e investimento público, não se realiza ao não estarem garantidas as condições de igualdade e pluralidade no acesso ao Maracanã, por exemplo. Seja como torcedor ou time, posto que nem só de quatro grandes clubes o futebol no Rio é feito.


Nesse jogo os trabalhadores e os negros podem sair de cena!


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sábado, 1 de junho de 2013

Porro

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Se rir é o melhor remédio começamos bem e gastar a onda dessa maneira tendo fumado maconha é, sem dúvida, um dos maiores baratos da erva. Recreativa é também social, pois outra risada deliciosa é a dada em grupo, entre amigos. Do riso à ideia e aos papos mais vagos estamos na onda! Outra forte característica da Cannabis está na introspecção conferida através do estímulo à auto-análise do efeito. Ouso dizer que a galera do baseado se entende melhor, além da disposição para a paz.

A alegação do riso já diz bastante coisa, não!? Porém poderíamos enumerar um sem número como: a larica, que torna a experiência de comer algo incomparável, os benefícios para o controle de enjoos e complemento ao tratamento de câncer e HIV e recuperação de usuários de crack. Quem sabe a mulherada não estaria mais tranquila durante a TPM com um bom baseadinho?

Aliás, a participação feminina poderia ser apontada como um nó na questão da liberdade envolvida na maconha, pois ainda percebemos baixa participação de mulheres nas rodas de maconheiros, além de homossexuais. Claro, um salve a nós gays e a mulherada maconheira, mas somos minorias ainda! Quem sabe a influência do reggae – decididamente machista – e da cultura da criminalização possam ser apontamentos para melhor reflexão da questão, mas não há pretensão aqui de fazer uma genealogia dessa participação nas rodas de maconheiros.

Contudo, não se trata de um problema. Problema mesmo da Cannabis é a política proibicionista e de criminalização, pois é o que gera os mais graves problemas de violência, corrupção e cerceamento de liberdades. Na extensa cadeia que vai da produção à comercialização gente corrupta, incluindo a indústria de armas, se beneficia da caça aos maconheiros aliados ao processo de convencimento pela mentira dos setores populares e médios da sociedade mais ampla ao apontar os caçados como a origem do mal.

Ainda assim com todo o esforço de guerra mobilizado contra a maconha, por exemplo, os mesmos lugares que tradicionalmente plantam a erva são os que continuam plantando e os mesmos lugares que são dados como centros consumidores são os que continuam consumindo; e na esteira do progresso, os países que aceitaram o pacote dos EUA de combate às drogas, como o México de hoje e a Bolívia antes de Evo, só assistiram a escalada das armas com conseqüente aumento da violência. Quanto ao império a o ordem do dia é a flexão, pois dentro de suas fronteiras, os estados americanos apontando para o fracasso do atual modelo, desenvolvem novas práticas e leis de vão da liberação e regulamentação do consumo e venda de maconha para fins medicinais até a descriminalização.

No mesmo sentido, só que mais profundo, está a mais importante iniciativa anunciada nos últimos anos pelo governo de Mujica no Uruguay quanto à maconha. O governo frenteamplista propôs medidas para a produção, controle de qualidade, recolhimento de impostos, regulamentação, porte e consumo pela via do Estado, o que deixou de fora os plantadores individuais, por exemplo. Mesmo incompleto o projeto aborda o tema em suas dimensões mais complexas, pois a liberação do consumo e descriminalização do porte esbarra sempre na produção e no fornecimento.

Obviamente alardeado, o projeto uruguayo segue agora em ritmo mais lento, o que não significa parado, pois o próprio Executivo junto à maioria do Legislativo pôde notar no debate com a Sociedade Civil e entidades de classe que ao anunciar um projeto tão amplo não seria através da canetada que as coisas se resolveriam. Mas os apontamentos estão dados e o Uruguay segue, certamente, como um exemplo.

Já o Brasil...

Como pode um país complexo, grande e central quanto aos efeitos perniciosos da política proibicionista e de criminalização como o nosso dar marcha à ré?

Pode se aprovar no Legislativo o PL 7663 do Deputado Federal Osmar Terra (PMDB/RS), apoiado, inclusive e decepcionante, por setores do Partido dos Trabalhadores (PT). Aliás, a proibição é muito recente, pois o uso deliberado ou liberado que vai desde sociedades ameríndias que utilizavam maconha no cotidiano até os comerciais da indústria dos anos 50 era a regra e não a exceção. Logo, o PL agravante do Deputado está, decididamente, na contramão da história.

Enquanto o mundo tenta encontrar outras maneiras de lidar com a maconha e a questão das drogas e os efeitos da tragédia de Nixon adotando medidas que comprovadamente reduzem os efeitos da violência gerada pela guerra e os efeitos do uso inadequado de drogas, o Brasil está disposto a REGREDIR e agravar os problemas. Com dispositivos que asseguram a internação à força de usuários e o aumento de penas para pequenos traficantes, o que estamos nos propondo é adotar a postura e a lei americana dos 50 anos de tragédia da guerra às drogas. Sem dúvida um grande demérito para as liberdades constitucionais, para a Democracia, para a seriedade da atividade legislativa e para o desenvolvimento brasileiro. Corremos o risco de mais desordem e somente os ignorantes optam por adotar medidas que só agravam o conflito.

Acho melhor a risada...
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Historieta

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Era uma vez eu que pensava no par que seria bom. Pensou nas características que lhe agradariam num outro, e percebeu que eram todas semelhantes às dele mesmo. Ou seja, o que eu pensava era em alguém semelhante a eu mesmo. Bem parecido com o desejo consensual, ou ilusão consensual de que bons pares são pares semelhantes. Daí que notou ser mais interessante o empenho em conhecer quem era alheio, ou diferente e fazer assim um par assimétrico. Chegou, após a medida, a conhecer vários até um que era sua melhor metade. Pois bem, um era como metade de um caule de cana-de-açúcar enquanto o outro era metade de uma carambola. E assim foram felizes para sempre no tempo desse tempo passado. 


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