Era tarde e o sol andava morno preparando-se para o
espetáculo de ir embora em dias de outono e na rua, plena de gente, um ponto
fiscal de uma linha qualquer de ônibus municipal. Nele três pessoas, o fiscal,
um homem barrigudo, fumante e de cabelos grisalhos; em frente, duas trocadoras
de ônibus conversando. Elas, também aparentando já certa idade, de calças
justas, sapatos com um pequeno salto, cabelos feitos e muitas carícias. A cada
palavra trocada um carinho entre as duas era trocado. Ora nas costas, ora nos
braços. Mãos que se demoravam a deixar de tocar! O afago chegou a chamar mais
atenções, além da minha, quando um outro transeunte chegou a distrair o olhar
com as duas cobradoras. Mas, o fiscal tendo terminado sua tarefa de fiscalizar,
remeteu um papel a uma das duas mulheres que se despedem resignadamente. As
mãos sapecas começam a dedilhar a saudade pelas costas, percorrem a coluna
vertebral e terminam repousando sobre a bunda: até logo!
Abelissauro é o t-rex brasileiro. Às vezes, autistanto!
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