Se me importa que um consórcio privado administre o Maracanã?
Não. Nem considero que o Estado (de estadual) esteja tão bem para empenhar
recursos em manter um elefante branco. Acredito, sim, que antes o orçamento
público deva ser bem aplicado na manutenção da atividade do próprio Estado e
das políticas públicas. Quanto a gastos, no caso do Maraca, já basta o preço
absurdo da reforma!
Também não vamos dar uma de inocentes! Sabemos que a
estrutura do estádio era qualquer coisa de antiquada para a engenharia moderna,
levando a mais um daqueles casos em que
o restauro custa mais que a construção de um novo. Contamos com a ineficiência
da iniciativa privada, que é morosa, opera com altos preços e altos lucros,
além de aproveitar o fim do prazo para justificar o desperdício. Just in time,
só no Japão! E para fechar o pacote, o Estado. Burocratizado, leniente na
fiscalização, cúmplice na licitação e pouco transparente. Um adendo, sendo o
Sérgio Cabral o (PMDB | RJ) governador me admira que a participação da
Sociedade Civil não tenha se tornado só nome de rua. Ou seja, se o preço não
chegasse ao bilhão o Rio de Janeiro não seria exemplo de terceiro mundo.
E a concessão? Se for feita à la Supervia, ferrou-se! Melhor dizendo, a lógica do gafanhoto, que
chega à plantação, usa até o fim e vai embora.
Mas, o que me aborrece essencialmente são os jogos interclubes
e o sentido do futebol para as pessoas.
Estima-se que os estádios da pós-copa terão um valor médio
de ingresso de R$ 80,00. Muito caro! Na essência, é a elitização do futebol e que
enquanto fenômeno na Tupinicópolis sem o povão é quase nada. Excluir a galera no
formato dos estádios eliminando a ‘geral’ já deixa um recado. O ofício chega depois,
com estádios modernos, administrados pela iniciativa privada do tipo
capitalismo fodido, ingressos nas alturas e utilizável apenas pelos clássicos.
A contrapartida pública, afinal de contas trata-se de patrimônio e investimento
público, não se realiza ao não estarem garantidas as condições de igualdade e
pluralidade no acesso ao Maracanã, por exemplo. Seja como torcedor ou time,
posto que nem só de quatro grandes clubes o futebol no Rio é feito.
Nesse jogo os trabalhadores e os negros podem sair de cena!
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